EU POSSO, VOCÊ PODE, EU POSSO MAIS

NARCISISMO E PODER

Autores

  • Márcia Figueredo D'Souza Universidade do Estado da Bahia -UNEB
  • Maria Leny Souza Oliveira UNEB
  • Jocely Santos Caldas Almeida UNEB
  • Domingos Santana Natividade

DOI:

https://doi.org/10.17524/repec.v13i2.2103

Palavras-chave:

Narcisismo; Poder; Negócios; Teoria do Alto Escalão

Resumo

Objetivo: A relação entre narcisismo e poder é analisada com estudantes de administração de uma universidade estadual na Bahia.

Método: Adotou-se a abordagem teórico-empírica, à luz da Teoria do Alto Escalão. Um questionário autorrelato foi aplicado com 161 estudantes do 7º e 8º semestres. Utilizou-se a Estatística descritiva, Testes Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, Correlação e Regressão logística.

Resultados: As evidências apontaram menor concordância dos estudantes com traços narcisistas, embora tenham demonstrado alta concordância para autossuficiência, autoridade, exploração e vaidade. Sobre a busca por poder, os estudantes também apresentaram menor motivação, embora tenham evidenciado atitudes de persistência, autoconfiança e independência. Quanto mais altos os níveis de Narcisismo, maior a busca pelo poder, mesmo que os meios utilizados para essa busca não contemplem o benefício comum para a empresa e para os colegas de trabalho. O sexo masculino apresentou alta motivação para o poder.

Contribuição: Esses achados suscitam no meio acadêmico, a discussão entre poder e Narcisismo, permitindo a compreensão sobre as implicações das temáticas ainda no ambiente de ensino da área de negócios, tornando possível a interferência na formação de futuros gestores, haja vista que as decisões destes, refletirão nos relatórios contábeis e impactarão os usuários dessas informações.

Biografia do Autor

Márcia Figueredo D'Souza, Universidade do Estado da Bahia -UNEB

Pós-doc em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP. Doutora em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP. Mestre em Contabilidade pela Fundação Visconde de Cairu -FVC. Especialista em Educação à distancia pela UNEB. Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Bacharel em Administração pelo Centro Universitário Estácio da Bahia. Professora da UNEB e Professora do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio da Bahia.

Maria Leny Souza Oliveira, UNEB

Doutora em Desenvolvimento Regional e Urbano- Universidade Salvador- UNIFACS- Salvador-Bahia, Brasil

Professora da UNEB-Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XI- Serrinha, Bahia, Brasil

Professora do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas UNIFACS, Bahia, Brasil.

Jocely Santos Caldas Almeida, UNEB

Mestrado em Administração Estratégica UNIFACS, Bahia, Brasil

Professora da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Serrinha, Bahia, Brasil

Domingos Santana Natividade

 

Mestrando em Direito, Governança e Políticas Públicas UNIFACS, Bahia, Brasil.

Professor, Consultor Corporativo e Público, BA, Brasil

 

Referências

Abatecola G., Mandarelli G., Poggesi S. (2013). The personality factor: how top management teams make decisions. A literature review. Journal of Management and Governance, 17(4):1073-1100.
Arjoon, S. (2010). Narcissistic behavior and the economy: The role of virtues. Journal of Markets and Morality, 13(1).
Avelino, B. C. (2017). Olhando-se no espelho: uma investigação sobre o Narcisismo no ambiente acadêmico. Tese de Doutorado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado em 27 abril, 2018, de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-06042017-165713/.
Avelino, B. C., & Lima, G. A. S. F. (2017). Narcisismo e desonestidade acadêmica. Revista Universo Contábil, 13(3), 70.
Barros, J. D. A. (2011). Uma “disciplina”–entendendo como funcionam os diversos campos de saber a partir de uma reflexão sobre a História. OPSIS, 11(1), 252-270.
Bogart, L. M., Benotsch, E. G., & Pavlovic, J. D. (2004, Março). Feeling superior but not threatened: the relation of narcissism to social comparison. Basic and Applied Social Psychology, 26(1), 35-44.
Brunell, A. B., Gentry, W. A., Campbell, W. K., Hoffman, B. J., Kuhnert, K. W., & DeMarree, K. G. (2008). Leader emergence: the case of the narcissistic leader. Personality and Social Psychology Bulletin, 34(12), 1663-1676.
Brunell, A. B., Staats, S., Barden, J., & Hupp, J. M. (2011). Narcissism and academic dishonesty: The exhibitionism dimension and the lack of guilt. Personality and Individual Differences, 50(3), 323-328.
Carroll, L. (1987). A study of narcissism, affiliation, intimacy, and power motives among students in business administration. Psychological Reports, 61(2), 355-358.
Chatterjee, A., & Hambrick. D. C. (2007). It’s all about me: narcissistic chief executive officers and their effects on company strategy and performance. Administrative Science Quarterly, 52(3), 351-386.
Crysel, L. C., Crosier, B. S., Webster, G. D., & Gregory (2013). The dark triad and risk behavior. Personality and Individual Differences, 54(1), 35-40.
D’Souza, M. F., & Lima, G.A.S.F. (2015). The dark side of power: the dark triad in opportunistic decision-making. Journal Advances in Scientific and Applied Accounting, 8(2), 135-156.
D’Souza, M. F., Lima, G. A. S. F., Jones, D. N., & Carre, J. R. (2017). The Dark Triad and financial misbehavior through the use of accounting information. Anais do Encontro da ANPAD – EnANPAD, São Paulo, SP, Brasil, 41.
D’Souza, M. F., Lima, G. A. S. F., Jones, D. N., & Carre, J. R. (2018). Eu ganho, a empresa ganha ou ganhamos juntos? Traços moderados do dark triad e a maximização de ganhos. Revista Contabilidade & Finanças [versão eletrônica], 2018.
D'Souza, M. F. (2016). Manobras financeiras e o dark triad: o despertar do lado sombrio na gestão. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
D'Souza, M. F., & Jones, D. N. (2017). Taxonomia da rede científica do dark triad: revelações no meio empresarial e contábil. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 11(3).
Dworkis, K. (2013). The interactive effects of incentive threshold and narcissism on managerial decision-making. Doctoral dissertation, University of Southern California, Los Angeles, California. Recuperado em 02 abril, 2017, de http://digitallibrary.usc.edu/cdm/ref/collection/p15799coll3/id/129532
Ellis, H. (1898). Auto-erotism: a study of the spontaneous manifestation of the sexual impulse. In H. Ellis (1927). Studies in the psychology of sex. London: Project Gutenberg (Vol.1). Recuperado em 05 abril, 2018, de http://www.gutenberg.org
Farwell, L., & Wohlwend-Lloyd, R. (1998). Narcissistic processes: optimistic expectations, favorable self-evaluations, and selfenhancing attributions. Journal of Personality, 66(1), 65-83.
Foster, J. D., Campbell, W. K., & Twenge, J. M. (2003). Individual differences in narcissism: inflated self-views across the lifespan and around the world. Journal of Research in Personality, 37(6), 469-486.
French, J. R. P., & Raven, B. (1959). The bases of social power. In D. Cartwright (Ed.). Studies of social power (pp. 150-167). Ann Arbor, MI: University of Michigan, Institute for Social Research.
Freud, S. (1914). Introdução ao narcisismo. In S. Freud. Obras completas. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. v. 12.
Furnham, A., Richards, S. C., & Paulhus, D. L. (2014). The dark triad of personality: a 10 year review. Social and Personality Psychology Compass, 7(3), 199-216.
Guimarães, L. M. (2012). Três estudos sobre o conceito de Narcisismo na obra de Freud: origem, metapsicologia e formas sociais. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Hambrick, D. C. (2007). Upper echelons theory: an update. Academy of Management Review, 32(2), 334-343.
Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper echelons: the organization as a reflection of its top managers. Academy of Management Review, 9(2), 193-206.
John, O. P., & Robins, R. (1994). Accuracy and bias in self-perception: individual differences in self-enhancement and the role of narcissism. Journal of Personality and Social Psychology, 66(1), 206-219.
Johnson, E. N., Kuhn, J. R., Jr., Apostolou, B., & Hassell, J. M. (2012, Fevereiro). Auditor perceptions of client narcissism as a fraud attitude risk factor. Auditing: A Journal of Theory & Practice, 32(1), 203-219.
Jones, D. N. (2013). What’s mine is mine and what’s yours is mine: the dark triad and gambling with your neighbor’s money. Journal of Research in Personality, 47(5), 563-571.
Jones, D. N., & Paulhus, D. L. (2011). The role of impulsivity in the dark triad of personality. Personality and Individual Differences, 51(5), 670-682.
Jones, D. N., & Paulhus, D. L. (2014). Introducing the short dark triad (SD3): a brief measure of dark personality traits. Assessment, 21(1), 28-41.
Kanaane, R. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 2010.
Lima Filho, R. N. (2013). Empreendendo sobre o empreender e pensando sobre o pensar: um estudo sobre características empreendedoras e metacognição. Tese de doutorado, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil.
Lima, G., Avelino, B., & Cunha, J. (2018). Narcisismo: estudantes de contabilidade estão usando seu narcisismo para melhorar o desempenho?. Revista de Contabilidade e Organizações, 11(31), 58-74. https://doi.org/10.11606/rco.v11i31.137775.
Lubit, R. (2002). O impacto dos gestores narcisistas nas organizações. Revista de Administração de Empresas, 42(3), 1-12.
Lunenburg, F. C. (2012). Power and leadership: an influence process. International Journal of Management, Business, and Administration, 15(1), 1-9.
Maccoby, M. (2004, Janeiro). Narcissistic leaders: the incredible pros, the inevitable cons. The Harvard Business Review, 78(1), 68-78.
Macenczak, L. A., Campbell, S., Henley, A. B., & Campbell, W. K. (2016). Direct and interactive effects of narcissism and power on overconfidence. Personality and Individual Differences, 91, 113-122.
Magalhães, M. & Koller, S. H. (1994). Relação entre narcisismo, sexo e gênero. Arquivos Brasileiro de Psicologia, 46(3/4), pp. 77-93.
Malvezzi, S. (2007). Interações psicologia e organizações: a visão da psicologia. In: Bastos, A. V. B.; Rocha, N. M. D. (Org.). Psicologia: novas direções no diálogo com outros campos do saber. São Paulo: Casa do Psicólogo, pp. 407-432.
Maner, J. K., & Mead, N. L. (2010). The essential tension between leadership and power: when leaders sacrifice group goals for the sake of self-interest. Journal of Personality and Social Psychology, 99(3), 482.
Matias, M. A. (2010). Relação entre características empreendedoras e múltiplas inteligências: um estudo com contadores de Minas Gerais. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
McClelland, D. C., & Boyatzis, R. E. (1982). Leadership motive pattern and long-term success in management. Journal of Applied psychology, 67(6), 737.
McClelland, D. C., & Burnham, D. H. (2008). Power is the great motivator. Harvard Business Review Press.
McClelland, D.C. (1961). The achieving society. The Free Press, New York, 1961. Recuperado em 02 abril, 2016, de http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=10299666.
McClelland, D.C. (1987). Characteristics of successful entrepreneurs. The Journal of Creative Behavior. 21(3), 219-233.
Miller, J. D., & Campbell, W. K. (2008). Comparing clinical and social‐personality conceptualizations of narcissism. Journal of personality, 76(3), 449-476.
Pasquali, L. (1996). Teoria da medida. In: Pasquali, Luiz (org). Teoria e métodos de medidas de em ciencia do comportamento. Brasilia,: labortório de Pesquisa em avaliação de medida/Instituto de Psicologia/UNEB: INEP, 1996, p.22.
Paulhus, D. L., & Williams, K. (2002). The dark triad of personality: narcissism, machiavellianism, and psychopathy. Journal of Research in Personality, 36(6), 556-563.
Raskin, R., & Hall, C. S. (1979). A narcissistic personality inventory. Psychological Reports, 45, 590.
Raskin, R., & Terry, H. (1988). A principal-components analysis of the narcissistic personality inventory and further evidence of its construct validity. Journal of Personality and Social Psychology, 54(5), 890-902.
Rosenthal, S. A., & Pittinsky, T. L. (2006). Narcissistic leadership. The Leadership Quarterly, 17, 617-633.
Stein, M. (2013). When does narcissistic leadership become problematic?: Dick fuld at lehman brothers. Journal of Management Inquiry, 22(3), 282-293.
Veroff, J. (1955). Development and validation of a projective measure of power motivation. Unpublisheddoctor's dissertation, University of Michigan.
Watson, P. J., Jones, N. D., & Morris, R. J. (2004). Religious orientation and attitudes toward money: relationships with narcissism and the influence of gender. Mental Health, Religion & Culture, 7(4), 277-288.
Winter, D. G. (1991). Power motivation revisited. In Atkinson, J. J., McClelland, D. C., & Veroff, J. (Orgs.). Motivation and personality: handbook oh thematic content analysis. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press.

Publicado

24-06-2019

Como Citar

D’Souza, M. F., Oliveira, M. L. S., Almeida, J. S. C., & Natividade, D. S. (2019). EU POSSO, VOCÊ PODE, EU POSSO MAIS: NARCISISMO E PODER. Revista De Educação E Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 13(2). https://doi.org/10.17524/repec.v13i2.2103

Edição

Seção

Artigos